Crack - Solução ainda distante

Embora as informação sobre os efeitos e consequências do uso de crack sejam cada vez mais evidentes, seja na mídia ou por própria constatação pessoal, vemos um aumento de usuários da droga. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que os usuários de crack, na sua gigantesca maioria, foram usuários de outras drogas, seguindo uma hierarquia padrão no uso de drogas: bebida alcoólica, cigarro, maconha e cocaína.

Enquanto não dermos a devida importância às drogas lícitas, que são as portas de entrada para as drogas ilegais, ficaremos marcando passo em tentar estancar o consumo do crack e suas consequentes mazelas.

Matéria do Diário Catarinense fala sobre essa importância e também do aumento do consumo de crack em cidades do interior catarinense:

Pela curtição, curiosidade, modismo ou até para trabalhar, com uma falsa sensação de ganhar força, jovens catarinenses do interior estão estragando suas vidas no consumo do crack. Em comunidades terapêuticas da Grande Florianópolis, não faltam histórias de moradores de pequenas cidades que levavam um dia a dia normal e sadio e o destruíram por causa do vício. Uma realidade que acende o sinal de alerta para as autoridades intensificarem os meios de prevenção e atendimento. Clique aqui para ler toda a matéria

Leitos para usuários serão licitados; medida será a primeira do plano contra o crack

O secretário nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchôa, anunciou nesta quinta-feira que o governo federal vai lançar, na próxima semana, os primeiros editais para a instalação de leitos em hospitais com o objetivo de tratar usuários de entorpecentes, principalmente de crack.

O anúncio foi feito na 2ª Conferência Latino-Americana sobre Políticas de Drogas, na Faculdade Nacional de Direito, no Rio.

" Se não houver conselhos, não haverá objetivos, e vamos continuar apagando incêndios "

Os editais serão as primeiras medidas práticas do Plano Nacional de Combate ao Crack, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio, e que terá repasse de R$ 410 milhões para os municípios. Uchôa fez um apelo para que os governos municipais e estaduais incrementem os conselhos regionais de políticas de drogas.

- Se não houver conselhos, não haverá objetivos, e vamos continuar apagando incêndios - disse o secretário.

Em um dos painéis, Manuel Cardoso, integrante do Conselho Diretivo do Instituto de Droga e Toxicomanias de Portugal, elogiou a iniciativa de descriminalizar o usuário naquele país. Cardoso disse que a medida, adotada na década passada, estabeleceu uma distinção clara entre usuário e traficante: a posse da quantidade de droga equivalente ao consumo de dez dias.

- É uma experiência muito positiva porque, até o momento da descriminalização, colocava-se em situação de fragilidade quer o tóxico-dependente, quer o terapeuta. O terapeuta porque lidava com um criminoso, e o toxico-dependente porque tinha sempre medo, pois podia ser delatado e preso - disse Cardoso, antes de Uchôa afirmar que era contra uma medida similar no Brasil.

Fonte: Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, em http://www.abead.com.br/midia/exibMidia/?midia=6482

Desenho na Areia (impressionante)

Já havia visto alguma coisa da talentosa Kseniya Simonova, uma artista performática ucraniana, que faz desenho usando somente as mãos e areia.
Neste vídeo, emocionante, ela faz a narração de uma história, tendo como tema o sofrimento da Segunda Guerra Mundial. Impressinante é uma palavra que não consegue descrever a apresentação da artista, mas a uso por me faltar outra adequada para algo tão maravilhoso.

Você Sabia?

Vídeo muito interessante sobre alguns dados que estão na nossa cara, e que passam despercebidos.
Você sabia, por exemplo, que a India possui mais crianças, consideradas brilhantes, do que toda a população dos EUA?

Isso, entre outras dezenas de curiosidades, apresentadas em 05 minutos, que não são cultura inútil.

Maconha como porta de saída ao crack??

Estudo recente, realizado pela Universidade Federal de São Paulo, aponta a maconha como uma possibilidade alternativa para o tratamento da dependência no crack.
A pesquisa foi realizada com 50 dependentes químicos em crack, submetidos à um tratamento experimental de redução de danos, onde foi oferecida a maconha em substituição ao crack. Desse total, 68% dos dependentes aceitaram esse tipo de tratamento, sendo que, depois de tres anos, nenhum deles usava mais qualquer tipo de droga.

Considero esta pesquisa ousada, por bater de frente com valores morais daqueles que torcem o nariz para o trabalho de redução de danos. Trabalho esse que foca o indivíduo, reconhecendo sua fragilidade, e tentando de alguma maneira "minimizar" seu problema com a droga.

Levando em consideração que a média nacional das pessoas que conseguem se livrar da dependência do crack gira em torno de 3%, e que uma forma de tratamento, embora realizada com um número muito pequeno de dependentes, apresente abstinência de 100%, devemos dar uma atenção especial à essa possibilidade, deixando pré-conceitos de lado.

É claro que essa pesquisa tem que ser ampliada e conter uma boa metodologia para que os resultados possam ser bem analisados. Quem sabe, a pesquisa até possa apontar alguma outra possibilidade ao invés do uso da maconha, que por mais que seja uma droga de menor impacto de destruição do indivíduo, se comparado com o crack, ainda assim acaba sendo (SIM!), uma das portas de entrada pra outras drogas, e temo pela visão que alguns jovens possam ter, se confirmarmos que a maconha ajuda na recuperação. Talvez isso acabe sendo um tiro no pé. Mas fico no campo da especulação.

Veja a materia publicada na Zero Hora que trata do assunto em:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2990398.xml&template=3898.dwt&edition=15204&section=1012